17 de dezembro de 2010

Há quase 5 anos eu chegava em Brasília, como se tivesse caído de paraquedas, numa sexta estava em Jacobina, na quarta da outra semana estava eu aqui. Desde o início era tudo estranhamento. Dava bom dias às pessoas, elas me olhavam com cara feia. Na faculdade as "colegas" eram tão distantes e nunca foi tão difícil, mesmo para mim introvertida que sou, travar uma conversa com alguém. Só havia uma saída, morrer de saudade de casa, da família, aproveitar por estar próximo de quem tanto queria e meter a cara no livro - afinal, estar aqui era uma vitória. Lembro de me sentir muito sozinha. De olhar para os lados e não encontrar um outro acessível. Os intervalos das aulas eram longos. Não conhecia nada, não sabia como ir a lugar algum e não tinha ninguém que se mostrasse "interessado" em "ajudar-me". Um ano depois tranco a faculdade. Não sei como sobrevivi. Quando voltei às aulas, pouco a pouco as coisas foram mudando. Fui conhecendo mais pessoas, fazendo "colegas" e hoje posso dizer até que tenho amigas. O que é um verdadeiro luxo! Mas quase 5 anos aqui diariamente me surpreendo com as coisas que ouço na rua, na televisão que me oferecem um retrato de como as pessoas daqui são diferentes, para não dizer estranhas. Acho que seria melhor autocentradas, egocêntricas, algumas egoístas (claro que há exceções!). Aqui ouvimos coisas assim: Em um ônibus, em que todo mudo quer entrar para chegar ao seu destino (faculdade, trabalho), pessoas que já entraram, sentaram começam a reclamar porque o motorista não "anda logo" - ignorando que há ainda pessoas querendo entrar - que têm tanto direito quanto elas que já o fizeram. Nesse mesmo ônibus, lotado, você está em pé, cheia de bolsa, caderno, pastas na mão e a pessoa que está sentada na sua frente não tem o discernimento de oferecer-se para te ajudar com suas coisas. Ai você viaja 1 hora, às vezes mais, tentando manter-se em pé durante as brecadas do ônibus e impedir que tudo caia ao chão. Ainda nele, ou no metrô, pessoas sentam nos assentos de idosos, gestantes, deficientes e FINGEM dormir ou não ver quando um desses entra. Os jornalistas "moralistas" apresentam materias veementes criticando as pessoas que controem casas irregulares, mas muitas vezes moram na mesma situação, ou mesmo tem amigos ou parentes tal qual. Ou então, quando as matérias mostram as casas simples dos pobres sendo derrubadas, enquanto as dos ricões nos lagos da vida ou à beira do paranoá (tão irregular quanto), permanecem em pé, intransponíveis e invioláveis. E as pessoas que têm carro, que abrem a boca para dizer que estão vendendo carro demais, por isso que esse trânsito tá uma merda. É bem confortável dizer isso, estando confortavelmente sentados no seu carrinho, com seu arzinho condicionado, sem ter que depender do nosso falido transporte público. Enfim, certas coisas descem rasgando guela a baixo. Fico refletindo o que faz as pessoas pensarem assim. E lembro de um comentário de um leitor em um jornal popular daqui sobre uma matéria sobre os moradores do lago (norte ou sul,não lembro), reclamando e exigindo que um circo fosse retirado do bairro, pois incomodava os moradores. Ele mais ou menos falava assim: as pessoas daqui não tem alma? nunca foram crianças? passam suas vidas estudando para concursos, querendo mais e mais dinheiro - e mais coisas que não lembro. Pelo menos não sou só eu que me incomodo.

12 de julho de 2010

A saudade

Hoje venho falar da saudade. Da saudade que sinto. Da saudade que abafo. Da saudade que ressurge, com força e imperiosa. A saudade dos meus. A saudade da Minha Terra, do Meu lar, do Meu Ar. Aquele ar semi-arido, aquele vale montanhoso, aquelas cachoeiras de águas escuras e frias que me davam tanta energia.

Saudade daquele povo de sempre. Com os quais me "batia" nas ruas. Saudade de uma cidade que não cresce, que parece não ter lei, de cujos direitos seu povo esquece.

Saudade da minha mãe, mulher guerreira. Saudade do meu irmão, menino de gênio forte, com quem eu tanto brigo e o qual eu tanto amo.

Saudade das minhas primas. Do meu primo. Das minhas tias. Do meu tio que me chamava de Olívia Palito quando eu era criança. Saudade do meu avô, birrento, que tanto me magoou.

Saudade do meu pai, depois de tanto tempo de constante ausência. Saudade dos meu meio-irmãos, que são irmãos por completo.

Saudade de Paulinho (essa dura 18 anos).

É, eu disse que vinha falar sobre a saudade.

30 de junho de 2010

A que ponto chegam as pessoas





Quando a gente passa por algumas situações as quais não compreendemos ou atitudes e comportamentos inexplicáveis tomadas por pessoas que conhecemos e que jamais imaginamos ser capazes de tal feito, penso "Até que ponto as pessoas são capazes de chegar?", o que as motiva a fazer coisas desprezíveis, baixas e ...sei lá o que.

O que acontece com uma pessoa, com o psiquismo humano, que tanto gasta seu tempo, sua inteligência, seus afetos desejando o mal dos outros? arquitentando meios para prejudicá-los? tirar-lhe o que tem? O quão vazia tal pessoa é? Por quais circunstâncias ela passou na vida para se tornar tão negativa? Alguns podem ser psicopatas, logo nascem assim, não têm remédio, não tem cura, é sua estrutura de caráter e personalidade que as tornam assim.

Mas e o restante?

Qual o papel do ambiente e das relações que essa pessoa estabeleceu na sua infância e durante todo o desenvolvimento da sua psiqué que deixaram essas marcas profundas de tão desprezíveis que são? Do que essas pessoas precisam para mudar, apesar de nem sempre o desejerem?

Seria o narcisismo? ou a necessidade de se reafirmar desafirmando o outro? o desejo de reconhecimento acompanhado de outro, do rebaixamento de outrem?

Não sei! E fico triste.

Não consigo entender essas pessoas e por isso não consigo conviver com elas. Sinto-me mal.
Nãoo que eu seja a pessoa mais altruista, bondosa, sempre preocupada com o bem-estar e a felicidade de TODOS! NÃO!Apenas não desejo o mal. Não preciso pisar em ninguém para me sentir bem. Até tenho aversão a algumas pessoas, que me incomodam, me enchem o saco, que considero insuportáveis, que só convivo quando for o jeito. TENHO! Mas que vivam suas vidas, se me encomodam, mantenho distância. Não lhes desejo mal ou a ruína. Lhes desejo aquilo que elas merecem, ai depende delas, não de mim.

Pois é! São apenas desabafos e reflexões.

24 de junho de 2010

O que realmente vale a pena?


Se decepcionar com as pessoas não é nada fácil. Não confiar nelas muito menos.

Escolher entre conviver diariamente com elas ou deixar tudo de lado e começar de novo, é o que me lembra que sou condenada a ser livre, responsável pelos meus atos e que escolho mesmo quando não faço escolha alguma, como diariam os existencialistas.


Não é fácil!


Continuo na "estabilidade" financeira que pela primeira vez conquistei, ou começo novamente, busco algo novo, arrisco no desconhecido, aquilo que eu mais quero, experiências enriquecedoras, que me façam uma melhor profissional e não apenas uma pessoa com um dinheirinhoo no bolso.


Que confusão, parece que falo de coisas diferentes, mas na verdade falo de apenas uma.


Espero ter discernimento suficiente para tomar a decisão certa.

10 de maio de 2010

Por que é tão difícil mudar ou melhor querer mudar?


Conviver com pessoas que colocam os seus defeitos como aspectos naturalizados, que não podem mudar, mesmo que quisessem, não é nada fácil. Ouvir a pessoa dizer: "Eu sou assim, é meu jeito, não vou mudar", me enche o saco.

A vontade que eu tenho é de sacudir essa pessoa, dizer acorda, deixa de ser acomodada, não exite isso de SOU ASSIM, É MEU JEITO. É fácil atribuir os defeitos aos aspectos involutários da natureza, é só abstrair-se das responsabilidades dos próprios atos. Enquanto, que simultaneamente, gosta de criticar as pessoas, alimentar estereótipos do que é certo ou errado (claro que a partir daquilo que acredita ser certo ou errado), e abre a boca para dizer que é sincera, qua fala tudo o que vem a cabeça, NÃO FALA NÃO. Só fala o que lhe convém, e nas costas fala o que pensa. MAS PARA A PESSOA ISSO É UMA QUALIDADE: ser sincera. SE FOSSE, SIM.

O pior é, toda vez que eu perco a paciencia, que o sangue de barata deixa de circular, a primeira coisa que ouço é: "nesses momentos tem que ficar quieta, deixar ela falar/fazer, para não dá razão". Ah, cansa...se ela quer razão, eu dou. Se quer me culpabilizar, vai. Mas vê se dá um tempo às vezes.

Eu não sou como você, não quero ser como você, não tenho que apoiar tudo o que você fala ou faz, não tenho que ficar quieta sempre que você me magoa ou me atinge, não sou de ferro, sou humana, também tenho defeitos, e você tem a capacidade de aflorá-los.

E olha que eu tento, como tento. Eu me importo. Eu gosto de você, algumas vezes. Não sou difícil de conquistar. Mas não tenho facilidade em adular e nem sempre consigo ou quero relevar.

19 de abril de 2010

Não tem preço!!!

Nos últimos dias tenho visto uma alegria irradiar da minha mãe... ISSO NÃO TEM PREÇO!

Durante toda a minha vida senti que faltava algo, que tinha um espaço vazio em nossa família e esse espaço foi preenchido...ISSO NÃO TEM PREÇO!!

Ver o rosto do meu irmão depois de quase 18 anos sem acessar a sua imagem...ISSO NÃO TEM PREÇO!

Ouvir a voz do meu irmão quando a última vez que a tinha ouvido ele apenas balbuciava palavras... ISSO NÃO TEM PREÇO!

Ouvir minha mãe quando eu pergunto como ela está por msn dizer outras palavras que não "levando", "vivendo"...ISSO NÃO TEM PREÇO!

A VIDA NÃO TEM PREÇO!

8 de abril de 2010

Frases

O maior pesadelo é perder a capacidade de sonhar, é não ter mais sonhos

Diferente de nós, não quer dizer errado. Só que é diferente. Só isso! (Peter Harazin)

A verdadeira viagem da descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ver com novos olhos (Marcel Proust)

Um ponto de vista é só um ponto.

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. (Caetano Veloso)

Enchendo os ouvidos com tudo o aprendemos a dizer, ficamos surdos para o que ainda temos a ouvir. (W. Johnson)

Para ser grande, sê inteiro: nada
teu exagera ou exclui
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive (Fernando Pessoa. Ricardo Reis)

Se procurar bem, você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida,
mas a poesia (inesplicável) da vida. (Carlos D. de Andrade)

24 de fevereiro de 2010

Coisas que a gente nunca esquece....

Um vez ouvi uma frase que dizia que a vida da gente é como uma sequência de imagens. Acho que às vezes não conseguimos tirar aquela imagem da cabeça e ela vira o que podemos chamar um quadro que fica permanentemente pendurado na parede da nossa memória. Eu tenho diversos quadros, e é sobre alguns deles (apenas os positivos) que venho escrever hoje.


Em um quadro eu dou banho no meu irmão Paulinho quando ele tinha aproximadamente 1 ano de idade, ele brinca com a água, sorri e eu fico toda molhada dando trela para a brincadeira dele (que quadro lindo, que saudade!);


Em outro, nós estamos (eu e Paulinho) enchendo os balões para seu aniversário de um ano, um dos balões solta da minha boca e sai voando pela casa e ele ri uma risada gostosa e isso faz com que eu repita a mesma ação várias e várias vezes;


Outro: Minha vó está em pé, encostada na grade da entrada da casa dela que é feita de ferro e tem vários espeços vazios em uma barrinha e outra de ferro que são preenchidos por sua barriga...é nesse espaço com a barriga dela que eu futuco e futuco sem parar e ela ri e em nenhum momento me pede para parar.


Tem um, que estamos, meus primos e eu, na casa do meu avô no São João, ao redor da fogueira, jogando "traquis" e bombinhas escondido porque ele não deixava a gente brincar com fogos.

Noutro, estou chegando de ônibus na rodoviária de Brasília vindo sozinha de Jacobina, depois de ter passado grande parte da viagem chorando (rs) e encontro Alisson me esperando. Aliás, que rodoviária feia, rs.


O último, o mais recente dos quandros foi pintado numa praia, Barra do Jacuípe, Bahia, na passagem para este ano, na imagem podemos ver o brilho dos fogos pipocando no céu, as ondas do mar batendo na praia, um rapaz moreno segura uma caixinha preta com alianças dentro e na areia está escrito " Te amo, casa comigo!". Eu, por sua vez, estou com os olhos cheios de lágrimas e dizendo um sonoro SIM.

Tá vendo só, neste momento lembrei de apenas esses quadros, mas tenho muitos outros guardado na minha memória, uns tão bons quanto estes e outros nem tanto. Mas a vida é assim, nós nos constituímos nesse processo de relações, que criam quadros que jamais poderão ser destruídos.




14 de fevereiro de 2010

Estive pensando nas nuvens!

Hoje, enquanto viajava de avião entre Salvador e Brasília, comecei a pensar: nós, seres racionais (pelo menos é o que dizem por ai), fomos abençoados por Deus com uma sabedoria, uma inteligência, que, no decorrer do desenvolvimento da humanidade, tem nos permitido criar e desenvolver projetos, coisas, que, por sua vez, têm nos facilitado a vida, dado a ela mais agilidade, nos ofertado mais comodidade, mais tempo. COMO ASSIM MAIS TEMPO? Eis a questão. Não temos tido mais tempo. Mas, na verdade, a cada dia temos menos tempo. Afinal, quanto do nosso tempo é reservado para o outro ao nosso lado, para nós mesmos ,desconsiderando o tempo que é gasto na batalha pelo dinheiro que travamos todo dia e que consideramos como algo feito por nós - o que é verdade, porém nos esquecemos das outras coisas como ter tempo de ler um bom livro, de cuidar da própria espiritualidade, praticar um esporte, fazer uma comida diferente para a gente mesmo ou para uma pessoa significativa na nossa vida, dentre outras coisas.
Pois então,
  • criamos o avião, que reduz no meu caso uma viagem de 20 horas para 1h50min;
  • criamos o forno microondas e depois dele não precisamos gastar tanto tempo na cozinha;
  • criamos o GPS o que diminui a possibilidade de nos perdermos numa viagem qualquer;
  • criamos a Internet e agora não precisamos perder tempo escrevendo, enviando e esperando chegar uma cartinha de uma pessoa qualquer - é só digitar e enviar. Pronto!
  • criamos o tal do download e agora não precisamos esperar o filme muitas vezes chegar no cinema perto de casa, muito menos nas locadoras da cidade - é só baixar e play. Pronto!

É, e ai? o que fazemos com o tempo que era para sobrar desta pequena equação? Você saberia me informar?

7 de fevereiro de 2010

Histórico dos anos pares.

Acho que estou começando a desenvolver um tipo de superstição relacionada aos anos pares. O pior é que os últimos anos com esta característica, trouxeram boas coisas para minha vida. Como:
  1. 2004 - Na virada para 2005 fiquei pela primeira vez com meu noivo;
  2. 2006 - Passei com bolsa parciall para o Prouni e realizei o sonho de começar a cursar psicologia. Além disso, fui morar com meu amore em Brasília;
  3. 2008 - Depois de passar 2007 com a faculdade trancada, consegui outra bolsa do Prouni, só q agora integral, na mesma universidade, aproveitando tudo o que já tinha feito;
  4. 2010- No primeiro minuto deste, fui pedida em noivado em um dos momentos mais lindos e inesquecíveis da minha vida.
Viram só?!Agora estou ansiosa pensando o que mais me reserva o ano de 2010. Tomara que seja um estágio bem interessante, onde eu possa aprender muito, ganhar um dindin...ESSE É O DESEJO!

vamos ver daqui a um ano qual o tema do meu primeiro post.

Estou de Volta

Ontem me toquei que este blog está abandonado ao esquecimento e como considero muito importante ter um espaço como este para escrever, elaborar nossos sentimentos e pensamentos, resolvi que vou atualizá-lo mais. Deixá-lo mais ativo. Então a partir de hoje, tentarei escrever, pelo menos, um post por semana. É isso ai.


olá, estou de volta....kkkk